Assisti esta semana a uma reportagem sobre parto humanizado e fiquei pensando bastante a respeito...
Eu ainda não sou mãe, mas este é um grande desejo de meu coração. No momento certo (quando estiver verdadeiramente pronta), com certeza os deuses me enviarão este presente!
Respeito as pessoas que optam por não ter filhos, mas pra mim, a maternidade está além de qualquer coisa... Sinto que só me tornarei plena, no dia em que eu souber o que é ter uma vidinha sendo gerada dentro de mim e que só saberei o que é amar de forma incomensurável, quando vir uma parte de mim 'virar outra gente' e eu puder beijar, abraçar, venerar... Enfim, se você me perguntar qual é meu maior sonho, não exitarei em responder: SER MÃE!
Tá certo Pandora, chega se não você vai afogar o teclado...rs
Enfim, depois desta reportagem, parei para pensar em algo que eu nunca havia parado para analisar... Como vou querer meu parto?
Cheguei a conclusão de que detesto cesária! Só concordaria se fosse uma questão de risco de morte. Sempre achei forçado demais você "agendar um dia para seu filho nascer"... Gente, o que é isso??? Eu não quero que o momento mais importante da minha vida tenha data e hora para acontecer! Não quero marcar um parto, como quem marca uma unha ou cabelo...
Quero que minha filha ou meu filho possa escolher o momento que quer nascer! E eu quero ter toda a liberdade para poder escolher como quero este momento (em casa ou no hospital, com ou sem anestesia etc) e poder decidir se quero ou não uma doula.
Falando em doula... Esta é uma profissão bastante antiga, mas aqui em nosso país ela ainda é nova e pouco conhecida (Brasil é Brasil rs). A palavra doula vem do grego "mulher que serve", é aquela que dá apoio físico e emocional à gestante. Até o nascimento do bebê, o papel da doula será de fundamental importância. Ela serve como um amortecedor entre os complicados termos médicos, os procedimentos hospitalares, a eventual frieza da equipe de atendimento e aquela mulher que se encontra no momento mais vulnerável de sua vida. Ela também ajuda a gestante a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc...
Mas voltando ao parto... O parto humanizado, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas um parto normal feito em casa, é muito além! O principal objetivo do parto humanizado é promover um nascimento em condições favoráveis para a mãe e o bebê e com o mínimo de intervenções médicas possíveis. “O parto humanizado é um modelo de assistência centrada na mulher, que respeita suas escolhas e garante seu protagonismo neste momento tão pessoal”, explica a Naturóloga e Doula, Fundadora da Comparto, Raquel Oliva.
E assim sendo, quem decide todos os detalhes é a mulher: onde será realizado o parto, em qual posição, se irá comer ou beber e quem a acompanhará durante o trabalho de parto. Ela é respeitada, mas não é privada de procedimentos médicos ou intervenções, só que ela é quem consente, diante de esclarecimentos qualquer tipo de intervenção.
Esse tipo de parto tem vários benefícios; além de uma recuperação bem mais rápida para a mãe, a transição do bebê à vida fora do útero é muito mais tranquila e o contato imediato com a mãe (o tocar, cheirar, sentir, mamar) são de extrema importância neste momento!
Em um parto tradicional, a maioria das mães só vê de fato o seu filho depois de horas... Assim que nascem, elas geralmente estão tão desnorteadas pelos efeitos colaterais das anestesias que mal conseguem ver o rostinho de seus bebês quando o médico os mostra... Fora o fato de em seguida as enfermeiras já o levarem para pesar, medir, limpar..
E o pai, onde fica?
A meu ver, ser pai não é apenas ajudar a fazer (embora esta parte também seja muito boa!rs), mas considero importante por demais o acompanhamento de toda a gestação! Ah, e não estou falando somente de ir na padaria às 02h00 comprar uma torta de morangos... Vai muito além!
Não é somente a mulher quem espera o bebê, o marido também! Afinal, a criança terá pai e mãe e exatamente por este motivo, os dois estão grávidos! O pai deve procurar estar presente o máximo possível... Como?
Em primeiro lugar, deve procurar compreender as mudanças físicas e hormonais pelas quais a mulher passa e com isto, aprender a lidar melhor com suas mudanças. O pai também precisa doar muito mais amor, tanto à mãe quanto o bebê! Desde a barriga o bebê já sente este amor e a mãe, principalmente se for de primeira viagem, precisará deste amor redobrado para sentir-se protegida e segura, durante esta fase tão importante.
É essencial a presença do pai durante as consultas médicas do pré-natal, nos exames de rotina e também na hora do parto. Neste mundo machista e patriarcal em que habitamos, a gravidez, o parto e a maternidade existiam apenas como uma extensão do universo feminino, não sendo possível entender a participação dos homens nele, a não ser como procriadores, provedores e possuidores de uma descendência... Antes o parto era visto como um momento muito particular entre mãe e bebê. Agora passa a ser um momento único para a mãe, o pai e o bebê.O acompanhamento do desenvolvimento da gestação une mais o casal e transmite maior confiança à mãe, que normalmente na fase gestacional está mais insegura e sensível. A participação do momento do parto encoraja a mãe e faz com que o pai tenha de fato uma visão mais realista do que é o universo feminino, seus medos, suas dores, suas dificuldades, etc.
Resumindo tudo isso, cheguei a conclusão de que quero meu parto humanizado! Se em casa ou num hospital, isso será decidido depois, em comum acordo com meu marido e SIM, eu quero que meu marido acompanhe todo o processo de gestação e também - por que não?- o momento do parto! As pessoas mais ansiosas para conhecer a pessoinha que durante tantos meses carregarei não somos nós? As pessoas que mais amarão esta pessoinha não seremos nós? Então por qual motivo eu deverei passar por toda a dor e alegria sozinha?
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Sim, sou a favor do parto humanizado e sim, também sou a favor do acompanhamento dos papais durante o parto!
E sigo deslizando...
Fontes de apoio e pesquisa:
Eita sintonia, senti que meu pensamento era escrito aqui enquanto lia esse artigo, irmã-ursa! Você soube exprimir muito bem não apenas sua opinião, mas a importância de todo esse processo! Concordo em gênero, número e grau! Bjocas
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